Atendendo a pedido do meu amigo Augusto de Franco para que os membros do grupo Dagobah do Facebook fizessem posts originais e não mera replicação de conteúdos de terceiros, replico aqui o texto que acabo de postar como comentário a um post dele lá no grupo:
"Talvez haja uma sutileza não percebida por muitos nesses últimos posts do Augusto de Franco sobre essa direita reacionária a que se refere (http://dagobah.com.br/os-que-se-dizem-de-direita-nao-sao-a-direita/). Os liberais não foram, corretamente, a meu ver, depositados por ele na "caixinha" em que se enquadram esses que se assumem "A direita". Acredito até, embora eu não me identifique com todas as ideias conservadoras (no sentido da tradição do pensamento e não da autocaracterização que muitos desses reacionários da "caixinha" fazem de si mesmos), que o conservadorismo como visão de mundo também não cabe nessa "caixinha". Quando a oposição social e não institucional ao petismo veio às ruas, uma fauna variada surfou a onda que revelou esses grupos reacionários "adormecidos" na era anterior às midias sociais. No entanto, como todos que foram às ruas tinham como alvo remover Dilma da Presidência da República e o PT e os corruptos do poder, o alvo era um só, dificultando a percepção dessas nuanças e diferenças de visão de mundo. Acredito que, com o fim da polarização PT x PSDB e o próprio envolvimento do PSDB com os esquemas de assalto aos cofres públicos, à medida em que a Lava Jato for limpando o terreno, uma nova configuração do tabuleiro político e social emergirá, tanto no âmbito institucional (partidos, parlamento, governo), como no âmbito dos movimentos de rua que permanecerão como tais sem adentrar as instituições. No ambiente interno desses grupos, que eu monitoro como observador, essa turma da "caixinha da direita" chama os liberais de "nova esquerda" e os caracteriza como uma "ameaça" mais perigosa do que a esquerda que cabe na "caixinha de sinal trocado" integrada pela turma que gravita, ou gravitava em torno do PT. Essas diferentes visões de mundo entre pessoas que estiveram juntas para derrubar o PT vão se tornar mais nítidas. O debate já é rico nas mídias sociais, embora não seja amplo e perceptível a todos em suas sutilezas dada a necessidade de leitura e conhecimento para a correta compreensão. A política brasileira vai ficar diferente e um debate com novos conteúdos emergirá. E como diz o Augusto de Franco, caberá a cada um de nós que defende a democracia, escolher em que ambiente cultural, econômico, social e político queremos viver, para podermos melhor proteger a nossa liberdade, impedindo que reacionários e autocratas venha a nos governar. É trabalho de formiga, de longo tempo. Mas, fazer o que? Sigamos em frente..."